sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Poema de Deley de Acari para o aniversário de 16 anos da minha filha


foto: Maria Puppim Buzanovsky



Quando ví essa "criança" pela primeira vez
fiquei surpreso: Tanto tamanho pra uma vidinha
de tão pouco tempo?...

Mas, bastou, umas poucas vezes, depois da primeira visão
pra eu entender, só mesmo um tamanho assim grande
pra acolher uma vida tão imensa, que se faz imensa
em tão pouco tempo de vida.

Uma cría tão maravilhosa, que recría sua criadora
fazendo sua cría, que quase não se sabe
á que as Deusas hão de agradecer a criação.

É comum a criadora trazer pelas mãos sua criatura
ás portas dos nossos corações, mas logo descobre
que, antes mesmo de bater a porta, nosso coração
se abre, para sua criatura, como se abriu pra ela,
se que seja preciso bater, já que não há corações que
permanessam fechados antes a simples aproximação
de uma Cría, como Giu.

Mas, ÒH! Que nossos corações, exitam... como caber
em mim, tão grande, tão imensa de corpo e mais índa,
d' Alma deslumbrante assim:

Não importa, o tamanho do coração, nosso de cada um
de nós, já que no caso de Crías assim, quanto maior
é sua Alma, mais ela cabe, nos nossos corações qualquer,
e, quanto menor, for nosso coração, por moleza ou empedrado, e maior a Alma,
mais ela faz nosso coração se aconchegar no tamanho certo.

Sabe: eu até acho que as Deusas, quando viram nascer do ventre
de sua criadora, a Cría Giu, deram um tapa na testa,se lamentando:

Caráio, Nega: Cumé que a gente, não pensou Nisso antes?

(Deley de Acari é poeta e animador cultural, além de liderança comunitária da favela de Acari)

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